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472. sem ti

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29.10.2025 | 1 minutos de leitura
Pe. Eduardo César Rodrigues Calil
Poesia
472. sem ti
alcançar-me 
depois de longas e longas jornadas 
em territórios inóspitos,
desérticos, 
extremos,
dentro. 

depois de perder-me
em assombrosas encruzilhadas,
escravo da escolha, do tempo,
do medo 
e do medo de perder, 
de perder-me.  

e perdendo aos poucos, muito 
e cada vez mais,
perdi demais. 
tudo. 
e o mundo, e a ti, e a mim. 
e a deus: doravante, esse absurdo. 

e no silêncio também absurdo, 
no esvaziamento completo, 
na perdidura das respostas, 
das certezas, das garantias,
das seguranças, 
e de tuas mãos,
jazi. 

e me ergui 
com esforço, 
para sempre ferido,
fendido, in-completo. 
sem um eu a defender,
sem outro em quem esgueirar.
sem sentidos a pedir, 
sem ti. 

(pois ao me ver, desde agora, 
não me venha prometer 
completudes, 
não me venha adormecer 
para o mundo das linguagens, 
para o mundo dos teus deuses, 
preenchendo as lacunas 
de meu falta-a-ser.)

deixa-me, pois sou livre e só.
inteiro, enfim,
com meus-vazios-em-mim.
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