76. Secura da alma
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16.11.2020 | 2 minutos de leitura
Diversos

Os místicos e os santos do cotidiano concordarão que há dias em que a palavra Deus não faz sentido algum. É nesse momento que se sente um abandono radical, uma ausência de resposta nas orações, um ocultamento divino de nossa história, uma fuga de Deus no presente. O sofrimento e a dor do momento vivido parecem sugerir um \"cada um por si\", uma solidão irremediável no enfrentamento da existência. O \"Deus por todos\" parece tão distante que se chega a questionar um possível alheamento dele de nossas dores.
Essa experiência se parece bastante com aquela vivida pelo próprio Jesus quando se viu abandonado na cruz, pelo Pai e por todos os seus companheiros, discípulos das horas da glória e da fama. Por aí, já vamos percebendo que esse sentimento de solidão e a compreensão de nos sabermos sozinhos no mundo é algo fundamentalmente humano. De modo que o choro do bebê ao nascer é já o estranhamento da quebra de conexão com o ser da mãe, é o início do abandono que é experimentado ao longo da vida.
Deus não deve nunca ser buscado como um ídolo feito para suprir o vazio que nos constitui como humanos. É da nossa condição a falta, a ausência, a carência. Por isso, buscar a Deus como um elemento para preencher o que em nós não pode ser preenchido, não é apenas um equívoco, é condicioná-lo em nossas expectativas, torná-lo refém de nossas necessidades, impedindo-o de ser companhia e presença misericordiosa em nosso cotidiano.
Por isso, é preciso aprender com Jesus a fé que nos ajuda a enfrentar os momentos mais difíceis, nos quais experimentamos fortemente a secura da alma, como um alheamento radical de Deus. É preciso que essa fé aprenda a solidão, compreendendo que a falta e o vazio são possibilidades de conexão consigo mesmo. E que esse movimento é imprescindível se quisermos ser a verdade de nós mesmos que procura a Deus mesmo em meio às adversidades do mundo. Só então a partir desse re-encontro, é que Deus pode ser percebido como companhia na difícil jornada de nossos dias. Uma presença silenciosa, como um manancial a jorrar nos fazendo florescer como ipês em terra seca.
Essa experiência se parece bastante com aquela vivida pelo próprio Jesus quando se viu abandonado na cruz, pelo Pai e por todos os seus companheiros, discípulos das horas da glória e da fama. Por aí, já vamos percebendo que esse sentimento de solidão e a compreensão de nos sabermos sozinhos no mundo é algo fundamentalmente humano. De modo que o choro do bebê ao nascer é já o estranhamento da quebra de conexão com o ser da mãe, é o início do abandono que é experimentado ao longo da vida.
Deus não deve nunca ser buscado como um ídolo feito para suprir o vazio que nos constitui como humanos. É da nossa condição a falta, a ausência, a carência. Por isso, buscar a Deus como um elemento para preencher o que em nós não pode ser preenchido, não é apenas um equívoco, é condicioná-lo em nossas expectativas, torná-lo refém de nossas necessidades, impedindo-o de ser companhia e presença misericordiosa em nosso cotidiano.
Por isso, é preciso aprender com Jesus a fé que nos ajuda a enfrentar os momentos mais difíceis, nos quais experimentamos fortemente a secura da alma, como um alheamento radical de Deus. É preciso que essa fé aprenda a solidão, compreendendo que a falta e o vazio são possibilidades de conexão consigo mesmo. E que esse movimento é imprescindível se quisermos ser a verdade de nós mesmos que procura a Deus mesmo em meio às adversidades do mundo. Só então a partir desse re-encontro, é que Deus pode ser percebido como companhia na difícil jornada de nossos dias. Uma presença silenciosa, como um manancial a jorrar nos fazendo florescer como ipês em terra seca.
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