84. Escolher


“Vê que eu hoje te proponho a vida e a felicidade,
a morte e a desgraça” (Dt 30,15)
“Cada escolha é um dilema”
(Capital Inicial)
Um dos maiores desafios do ser humano sempre foi escolher. A cada instante de nossa vida, deparamo-nos com situações que nos exigem fazer escolhas, tomar decisões.
Escolher não é atitude fácil, pois implica, ao mesmo tempo, duas respostas: Sim e Não. Ao dizer sim para alguma coisa, consequentemente dizemos não para outra. Ao dizer sim para a vida, dizemos não para a morte. Ao dizer sim para a felicidade, dizemos não para os infortúnios. Essa atitude, imposta a todo momento a cada um de nós, traz angústias e, então, descobrimos, como canta Padre Zezinho, que “é fácil dizer sim, é fácil dizer não, mas dói depois do sim e dói depois do não”. O peso das escolhas, suas consequências, não é nada fácil.
Num mundo que oferece uma multiplicidade de alternativas, nós nos perdemos. Somos caminheiros da vida sem mapa nem roteiro; a bússola que nos orientava quebrou-se e estamos como navegantes à deriva... A vida é maravilhosa e única, mas peregrinamos sem rumo pelas veredas da existência. Embora saibamos aonde queremos chegar, não aprendemos a percorrer o caminho para alcançar a nossa meta. Esse caminho só se faz caminhando; errando e acertando, vamos achando os trilhos da nossa existência.
O filósofo Nietzsche, no fim do século XIX, escreveu: “Descobrimos a felicidade, sabemos o caminho, encontramos a saída do labirinto através de milhares de anos. Quem a encontrou? O homem moderno, talvez? – “Eu não sei sair nem entrar. Eu sou todo aquele que não sabe sair nem entrar.” – diz entre lamúrias o homem moderno...”
Dentro dos limites impostos pela vida – é claro! –, cada um de nós é aquilo que escolhe ser. Nossas escolhas revelam quem somos. Elas dizem algo sobre nós. Podemos dizer que nós fazemos nossas escolhas, e nossas escolhas nos fazem também. E assim vamos: tomando decisões, dizendo sim e não para as oportunidades que a vida nos oferece.
Se nossas escolhas nos fazem ser quem somos, logo escolher é sempre um risco. Mas decidir, assim como viver, é mesmo perigoso – já dizia Guimarães Rosa. No entanto, viver e escolher são riscos que valem a pena ser enfrentados. Outro dia alguém me disse que “é preciso escolher a existência com seus riscos”. É preciso ter coragem para viver nossa vida. Diante de tantas inseguranças e perigos que constantemente nos ameaçam, seguimos cantando: “é preciso saber viver, saber viver...”.
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