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69. Presidente sim, ditador não

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06.11.2015 | 3 minutos de leitura
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69. Presidente sim, ditador não

Eu não sei por que alguns presbíteros – ministros a serviço do povo – insistem em confundir seu papel na comunidade. O presbítero recebeu um ministério (foi ordenado) não para ser diferente dos outros nem para ter poder sobre as pessoas, mas para servir, pastorear, acolher e amar. Cada serviço que ele presta à comunidade deve comunicar isto: como Cristo, que se fez o menor dos irmãos, lavando os pés dos seus amigos na última ceia, o padre se põe a serviço dos membros de sua comunidade. O problema é que nem sempre é isso que encontramos por aí.


Numa viagem missionária a uma comunidade bem simples, o povo reclamou que o presbítero não valorizava os conselhos comunitários, nem o conselho pastoral, nem o conselho econômico... Ele resolvia tudo sozinho, como um ditador, e não aceitava a opinião de ninguém. É até engraçado, mas ele ganhou o apelido de “padre-estatuto”, pois certa vez, quando tomava decisões contrárias ao gosto do povo, um dos presentes reclamou que o estatuto do conselho previa exatamente o contrário. Aí o padre apelou dizendo: “O estatuto sou eu!”. Ora, petulância e arrogância tem limites.


Outro caso bem jocoso é o daquele presbítero que, quando uma paroquiana reivindicou a prestação de contas do dízimo, ele respondeu grosseiramente: “Não presto contas de nada a ninguém. Eu tenho as mãos ungidas, sou representante de Deus e não há quem possa duvidar de minha palavra”. Se não fosse tão trágico, a gente até daria boas risadas.


Mas, se é engraçado no momento, as consequências dessa ditadura sagrada são funestas. Esse absolutismo do presbítero esvazia as igrejas, torna os leigos peça de decoração dos templos e tira todo sentido de comunhão da fé cristã. E não é só a comunidade que sofre com isso. O próprio presbítero paga o preço da solidão, da bajulação de alguns desinformados, do desvio de sua vocação mais genuína para uma pretensa autoridade na comunidade. Não é bom nem para o povo nem para o presbítero que seja assim. Lembrando o que disse Jesus em Mt 20,26: “As autoridades oprimem e maltratam. Entre vós não deve ser assim. Quem quiser ser o maior seja o menor de todos...”.


Fica então uma dica: aos leigos, não aceitar tal ditadura; aos presbíteros, não se submeter a esse desvio vocacional.







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