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59. O diálogo entre os cristãos

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15.02.2018 | 3 minutos de leitura
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59. O diálogo entre os cristãos

Já foi o tempo em que a Igreja Católica entendia as Igrejas de origem protestante como inimigas ou rivais da fé. Graças a Deus, com o movimento ecumênico que precedeu o Concílio Vaticano II, teve início entre os católicos uma caminhada em direção ao diálogo e ao respeito às outras denominações cristãs. O papa João XXIII acelerou o processo por ocasião do Concílio e muitas conquistas foram realizadas a partir daí. Demos adeus à antiga teologia do retorno, que entendia Lutero e seus adeptos como filhos ingratos que deveriam sofrer as dores da separação – como o filho pródigo – e, pelo sofrimento, achar de volta o caminho da casa materna. O documento Unitatis Redintegratio nos ajudou a ver os cristãos da Reforma como irmãos e nos mostrou que as denominações cristãs são Igrejas-irmãs e não “a outra” que nos roubou o noivo da unidade.


Desde então, pequenos ensaios de diálogo têm surgido: esforços comuns, pastorais em conjunto, documentos feitos a muitas mãos, celebrações ecumênicas, acolhidas mútuas...  Gestos de boa vontade de ambas as partes vão marcando a reconstrução difícil de um diálogo interrompido há 500 anos. Os líderes de muitas Igrejas-cristãs, inclusive a Igreja Católica latina, têm mostrado que já é tempo de superação das desavenças. Mas ainda há muito a fazer, pois o estrago foi grande e as feridas são profundas.


A catequese – como espaço da experiência cristã de Deus – não pode ficar de fora desse movimento em busca da unidade. Como espaço dialogal da fé, a catequese deve acolher a todos, independentemente da denominação cristã a que pertence. O ecumenismo, acolhida a outros irmãos cristãos, é condição para que a catequese seja de fato católica – universal, aberta a todos os povos –, pois a fé que a catequese transmite só é verdadeiramente cristã se aberta a todos e de modo fraternal. Uma catequese que se preocupa só em doutrinar, e não em dialogar e acolher, pode até ser chamada de católica, mas não é de fato cristã. Para nós cristãos, o amor é o legado mais valioso que o Mestre de Nazaré deixou. “Nisso conhecerão que são meus discípulos: se vos amardes uns aos outros como eu vos amei” (Jo 13,35). Esse amor deve começar dentro da comunidade eclesial, como testemunho da fé que professamos. Mas ele é expansivo. Extrapola os limites institucionais e atinge também aqueles que, mesmo não congregando conosco na mesma instituição, são verdadeiramente nossos irmãos em Cristo Jesus. “Oh, como é bom, como é agradável, os irmãos em união”, diz o Salmo 133.







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