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27. O Deus verdade imutável do Dr Cândido

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18.10.2021 | 2 minutos de leitura
FFirme
Casos da vida
27. O Deus verdade imutável do Dr Cândido
Dr. Cândido é médico da cidade há 25 anos. Não há um só morador que não o conheça e não o admire. Muito católico, ele criou sua família nos caminhos de Deus e, à toda família da cidade, ele já prestou algum socorro. Como se não bastasse a pandemia, que fez a vida virar de ponta a cabeça, Dr. Cândido foi surpreendido com a notícia de que seu filho de 23 anos estava namorando um rapaz. O primogênito de Dr. Cândido resolveu sair do armário e começar uma nova vida com seu companheiro.
Dr. Cândido e sua esposa estavam em polvorosa. A casa caiu e toda sua catolicidade ficou comprometida. Como era possível admitir uma coisa dessas? Por mais que seus colegas médicos e psicólogos insistissem para que ele repensasse sua posição, Dr. Cândido afirmava que Deus é verdade e não aceita o erro. Para o médico, aquilo era pura sem-vergonhice e imoralidade. Não havia possibilidade de dialogar com seu filho; a não ser que o rapaz se convertesse e se tornasse heterossexual.
O médico falou, explicou, advertiu, brigou, mas não houve acordo. O filho insistia que esse era seu jeito de amar e que não conseguia se interessar por uma mulher. Cansado, Dr. Cândido perdeu a candura e lhe desferiu um tapa na cara. E disse: “Quer viver na safadeza, vai pagar suas contas! Aqui não tem lugar para quem acha que pode distorcer a verdade de Deus”.
D. Ternurinha – coitada! – estava muito chateada. A pandemia já havia desencadeado uma tristeza enorme com a qual não estava fácil lidar. E agora, a notícia da briga de pai e filho fora a gota d’água. Ela tentou dizer que Deus é bom e que Deus ama a todos e que não podemos obrigar ninguém a ser o que não é, mesmo que seja em nome da fé. E depois, se os dois rapazes se gostavam, certamente não estariam ofendendo a Deus, pois ela entende que o que ofende a Deus é fazer mal aos outros. Pra que? Dr. Cândido se decepcionou com a esposa e perdeu a vontade de viver. Deprimiu, se descuidou das recomendações sanitárias acerca da pandemia e pegou covid. Veio a ficar em estado muito grave, entubado numa UTI. Quando voltou a dar fé da vida, já havia dois meses que estava no hospital sendo cuidado por um jovem muito simpático e atencioso, que mais parecia um anjo que gente de verdade. O médico se encantou com a ética e a postura do jovem, e ficaram amigos. Mas qual não foi a surpresa do doutor quando descobriu que aquele rapaz era o namorado de seu filho.
Ao voltar para casa, Dr. Cândido recuperou a candura que sua dureza religiosa não permitia aflorar. Ficara dias isolado num hospital e estava doido para abraçar seus filhos. Diante do grave perigo, entendeu que Deus é amor e que a verdade sem amor é legalismo que mata e mentira revestida de argumento religioso. Foi aí que ressignificou suas compreensões da vida e da sexualidade e aceitou de volta o primogênito com sua orientação sexual no seio da família.