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Evangelização Fundamental - Módulo 2 - Jesus, nosso salvador

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28.07.2014 | 13 minutos de leitura
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Evangelização Fundamental - Módulo 2 - Jesus, nosso salvador

Solange Maria do Carmo

Padre Geraldo Orione de Assis Silva


Módulo 2 - Jesus, nosso salvador


3º Encontro: O SALVADOR VEIO MORAR ENTRE NÓS


1. ACOLHIDA E ORAÇÃO INICIAL


  • Acolher a turma com alegria. Cantar músicas animadas.

  • Convidar a turma para rezar. Iniciar sempre os encontros com o Sinal da Cruz, lembrando que nosso encontro não é um encontro qualquer, mas um encontro com Deus, que quer nos salvar.

  • Motivar para a oração recordando o encontro anterior, lembrando que Jesus é o Filho de Deus, que veio ao mundo por meio de Maria e José, para nos salvar.

  • Fazer preces espontâneas, dizendo a Deus que precisamos dele e explicando o porquê. Depois de cada prece, todos poderão responder: “Nós precisamos do senhor, Jesus”. O catequista poderá iniciar, dando o exemplo:

    • Nós precisamos do Senhor, porque queremos a sua salvação.

    • Nós precisamos do Senhor, para termos paz em nossa vida. Etc.



  • Cantar música apropriada. Que tal a nº 13 (Eu sou o caminho)?

  • Concluir, rezando a Ave-maria.



2. O QUE A BÍBLIA DIZ 
Motivação

No encontro de hoje, vamos ver como se deu o nascimento de Jesus. Já vimos que foi Deus mesmo quem mandou Jesus para nos salvar e que a vinda de Jesus ao mundo é um grande sinal do amor de Deus por nós. Vejamos agora como nasceu Jesus.


Texto: Lc 2,1-16

Naquele tempo, o imperador César Augusto fez um decreto, ordenando o recenseamento de todo o povo da região. Todos iam alistar-se, cada um na cidade onde nasceu. Foi assim que José, o esposo de Maria, viajou da cidade de Nazaré, onde estava, para a cidade de Belém, onde residia sua família, para se alistar com sua esposa, que estava grávida.


Estando eles em Belém, completaram-se os dias para o nascimento do menino. Maria deu à luz seu filho e, envolvendo-o em mantos, reclinou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles no quarto de hóspedes.


Havia nos arredores uns pastores que guardavam o rebanho nos campos durante a noite. Um anjo do Senhor apareceu-lhes, uma luz imensa brilhou em volta deles e sentiram grande medo. O anjo lhes disse: “Não tenham medo. Eu lhes anuncio uma boa notícia que será alegria para todo o povo: Hoje nasceu para vocês, na cidade de Belém, um salvador, que é Jesus, o Filho de Deus. Isto lhes servirá de sinal: Vocês acharão um recém-nascido enrolado em mantos e deitado numa manjedoura”. De repente, ao anjo se juntou uma multidão celeste que louvava a Deus e dizia: “Glória a Deus no céu e na terra paz aos homens por ele amados”.


Os pastores, então, disseram: “Vamos a Belém e vejamos o que aconteceu”. Eles foram com grande pressa e acharam Maria e José e o menino deitado na manjedoura.



Palavra da Salvação.
Glória a vós, Senhor.
Partilha

  • Quem era o imperador na época que Jesus nasceu? O que o imperador resolveu fazer?

  • Por que José teve que viajar com sua esposa até Belém?

  • O que aconteceu de especial quando chegaram a Belém?

  • Quem foram as primeiras visitas a chegar ao lugar onde Jesus havia nascido?


Aprofundamento

  • As pessoas viveram por muito tempo na esperança da chegada daquele que viria salvar o povo – o Filho de Deus. E se dizia que ele seria alguém da descendência de Davi. Davi foi um grande rei, que marcou a história do povo de Deus. Ao contar a história do nascimento de Cristo, Lucas vai então valorizar alguns aspectos que mostram que Jesus é descendente de Davi. Com isso, ele mostra também que Jesus é o grande rei que o povo esperava.

  • O primeiro aspecto é que Jesus é assumido por José, que era descendente de Davi. Como vimos no encontro anterior, José aceita cuidar de Jesus e o adota como filho. Com isso, Jesus se torna também da família de Davi.

  • Outro aspecto importante é que Jesus nasceu, segundo Lucas, em Belém, a cidade do grande rei Davi. E mais: ele nasceu pobre e humilde, no meio dos animais, como Davi, que era pastor de ovelhas.

  • Com isso, Lucas quer dizer que Jesus é o novo Davi, ou seja, ele é o novo rei, um rei ainda muito mais especial que Davi. Ele é o Filho de Deus, que veio para salvar o povo.

  • Para afirmar essa verdade, Lucas vai contar a história do nascimento de Jesus. Vamos entender alguns detalhes importantes dessa história:

  • O que é um recenseamento? É a contagem dos habitantes do lugar. O imperador mandou fazer o recenseamento para saber quantas pessoas viviam naquele império. Para fazer o recenseamento, José e Maria viajaram até Belém.

  • Mesmo nascendo em lugar tão simples, Jesus não estava desamparado. Tinha o carinho de seus pais. O problema é que havia muito movimento em Belém, por causa do recenseamento. A casa estava cheia de gente e Maria precisava de privacidade para ter o seu filho. Convém notar também que era muito comum a convivência com os animais domésticos, não devendo ser considerado humilhante o fato de Jesus ter nascido entre os animais.

  • Além disso, a primeira visita foi de alguns pastores, gente simples – como Davi – que cuidava do rebanho. Na época, a profissão de pastor de rebanho era muito mal vista. Os pastores eram até desprezados. A visita dos pastores ajuda a compreender a simplicidade em que Jesus nasceu. Os pastores eram pobres e desprezados. Mas foram os primeiros a se alegrar com a presença de Jesus. Então, compreendemos o seguinte: Jesus nasceu simples para alegrar o coração dos simples. Fez-se semelhante aos mais pobres para tornar os mais pobres semelhantes a si, participando de sua alegria.

    • Não tenham medo. Quando o anjo apareceu a Maria, disse que ela não precisava ter medo. Também aos pastores, o anjo anuncia o nascimento do Filho de Deus e pede que não tenham medo. É uma mensagem de encorajamento. A gente não precisa ter medo das coisas de Deus. Quando Deus se manifesta, como aconteceu no nascimento de Cristo, é sempre para nos ajudar. Deus quer revelar o seu amor e quer ser amado. Por isso, pede que não tenhamos medo.

    • Eu lhes anuncio uma boa notícia que será alegria para todo o povo. O nascimento de Cristo será fonte de alegria para todas as pessoas, no mundo inteiro. O Filho de Deus vem ao mundo para trazer alegria e mostrar a todos o caminho da salvação.

    • Glória a Deus nos céus e na terra paz aos homens por ele amados. Jesus é motivo de glória e paz, e é sinal de que somos amados por Deus. O nascimento de Cristo é um sinal de que Deus quer ajudar a humanidade a encontrar o caminho da paz, pois Deus ama seus filhos.





  • As casas em Belém, principalmente as mais simples, eram muito pequenas. Às vezes tinham só um cômodo. No fundo, unida à casa, costumava haver uma gruta ou cercado que servia de curral para os animais dormirem. É o que hoje chamamos de presépio. Como a casa estava cheia de gente, Maria e José foram para essa gruta para terem o menino. Não ficava bem ganhar o menino no meio de todo mundo.

  • O que é uma manjedoura? É o cocho onde se coloca comida para os animais. Maria e José ajeitaram o cocho e improvisaram um berço. Então, colocaram o menino Jesus lá. Não era um quarto, com berço e tudo, mas era um lugar discreto e cheio do amor dos pais de Jesus. Pode ter faltado luxo, mas não faltou alegria pela chegada do menino! Isso mostra que Jesus nasceu em um ambiente bastante simples. Esse ambiente ainda é muito recordado, principalmente no tempo do Natal, quando é costume montar a cena do nascimento de Cristo, formando presépios nas casas e nas igrejas. Esse costume surgiu com São Francisco de Assis, que montou o primeiro presépio, para lembrar ao povo que Jesus nasceu na simplicidade, como Davi – que era um pastor de ovelhas e se tornou um grande rei.

  • Outro significado, que vem igualmente do Antigo Testamento, é o seguinte: O profeta Isaías diz que o boi conhece seu dono e o burro conhece o cocho de seu senhor, mas Israel não conhece nem entende (Is 1,3). Nós agora vamos ser como o boi e o burrinho perto da manjedoura: vamos reconhecer esse Filho que Deus nos dá.


- Comentar as frases que o anjo disse aos pastores. Essas frases mostram como Deus queria alegrar a vida daqueles homens simples e quer, ainda hoje, alegrar a todos aqueles que possuem coração simples e acolhedor. As frases podem ser apresentadas em faixas.



3. ATIVIDADE 
 
Sugestão

  • Distribuir o caça−palavras. Cada um deverá encontrar no diagrama as palavras que completem as sentenças abaixo:



  1. Contagem dos habitantes de um lugar. Fato que fez Maria e José viajarem até Belém. (RECENSEAMENTO).

  2. Estábulo. Curral onde dormem os animais, em forma de gruta, muito comum nas casas do tempo de Jesus. (PRESÉPIO).

  3. Cocho onde se coloca comida para os animais e onde Jesus foi deitado ao nascer. (MANJEDOURA).

  4. As primeiras pessoas que foram visitar Jesus. (PASTORES).

  5. Nome do grande rei que era pastor e depois liderou o povo de Deus. (DAVI).

  6. Qualidade que caracterizava os pastores e que marca também o nascimento de Jesus. (SIMPLICIDADE).

  7. Sentimento que o anjo pediu aos pastores que não tivessem e que a gente também não deve ter, já que Jesus nasceu para nos salvar. (MEDO).

  8. Sentimento agradável que, nas palavras do anjo, todo mundo teria quando acolhesse a boa notícia do nascimento de Jesus. (ALEGRIA).

  9. Palavra que significa que o Filho de Deus se faz carne – ou seja, gente como nós – para tornar-se semelhante a nós e habitar entre nós. (ENCARNAÇÃO).

  10. Cidade em que Jesus nasceu. (BELÉM).

Conferir se todos conseguiram encontrar as palavras.

Conclusão

O fato de Jesus ter vindo ao mundo envolvido em simplicidade e acolhendo os pobres, na figura dos pastores, é muito importante. Ele, que tinha a glória de Filho de Deus, preferiu nascer na simplicidade, colocando-se primeiramente ao lado dos mais simples e pobres, geralmente desprezados pela sociedade. Com isso, Jesus já nasce dando uma lição bonita, mostrando que Deus não despreza ninguém. Ao mostrar que Deus se importa com os mais simples, Jesus está deixando claro que a salvação é para todos e não somente para alguns mais importantes. O que conta para Deus é como a pessoa acolhe Jesus. Quem abre a ele seu coração encontra nele a paz e a salvação.



4. ORAÇÃO FINAL E ENCERRAMENTO

  • Colocar a turma em clima de oração. Cantar música apropriada. Que tal a nº 14(O mundo vivia nas trevas)?

  • Motivar: Quando o anjo apareceu aos pastores, anunciou-lhes mensagem de paz e alegria. Vamos fechar nossos olhos e pensar nas palavras do anjo, que hoje são dirigidas a cada um de nós: “Não tenham medo. Eu anuncio para vocês uma boa notícia que será alegria para todo o mundo. Hoje nasceu o salvador”. Vamos pensar em nós e nas pessoas mais simples, naqueles que mais necessitam dessa mensagem alegre de Deus, e vamos rezar por elas.

  • Fazer preces espontâneas. A resposta pode ser: “Venha nos alegrar, Senhor Jesus”. O catequista pode começar:

  • Venha alegrar, Senhor Jesus, as pessoas que estão doentes.

  • Venha trazer a paz, Jesus, para todos os que vivem aflitos. Etc.

  • Encerrar com um canto apropriado. Pode ser um canto de agradecimento, como o nº 11 (Quero agradecer).

  • Despedir-se da turma, motivar para o próximo encontro.



DICAS PARA O CATEQUISTA:

  •  De novo estamos lidando com uma narrativa teológica. Lucas narra o nascimento de Jesus fora de Nazaré, em Belém, terra de Davi – o grande rei de Israel – para mostrar que ele é o novo Davi, o único e verdadeiro rei de Israel. Como Davi salvou o povo de seus inimigos, Jesus salvará seu povo de todo pecado, de todo mal. Vejam que isso não nos dá a certeza absoluta e histórica de que o nascimento de Cristo realmente tenha se dado em Belém. O autor não está preocupado com os fatos, mas com o sentido que a cidade de Belém confere ao menino que lá nasceu. É a cidade de Davi. Dizer que Jesus nasceu em Belém reforça a afirmação de que ele é o Messias prometido desde os tempos mais remotos.

  • O fato de o Filho de Deus ter nascido entre nós, assumindo um corpo semelhante ao nosso e a mesma natureza que nós, chamou-se encarnação.  Dizemos que o Filho, que vivia na glória de Deus, se encarnou, tornando-se gente como nós. Tornou-se carne como nós, gente de carne e osso como nós, igual a nós em tudo, menos no pecado.

  • Existe uma ideia estranha – que a Igreja considera uma heresia, ou seja, uma falsa doutrina – de que Jesus se parece conosco, mas não é igual a nós. É uma heresia chamada docetismo. O docetismo afirma que Jesus tem aparência humana, mas não é gente de verdade como nós, pois ele é Deus. Mas é exatamente este o mistério da encarnação: Deus se fez homem e sofreu todas as consequências dessa encarnação, inclusive a dor, o sofrimento e a morte. Ele não brincou de ser homem. Fez-se de fato homem como nós.  Enfim, a encarnação de Jesus significa que ele veio morar entre nós para nos trazer a salvação. Tornou-se semelhante a nós, para que nós nos tornássemos semelhantes a ele.

  • É preciso tomar cuidado para não confundir encarnação com reencarnação. Esta é uma doutrina espírita que diz que a pessoa depois que morre torna a nascer no corpo de outra pessoa. De acordo com a Bíblia, é uma doutrina estranha, porque a pessoa morre uma única vez e vai para a vida eterna, não voltando mais a esse mundo.

  • É costume celebrar o nascimento de Cristo, ou seja, o Natal, no dia vinte e cinco de dezembro. No entanto, não se sabe exatamente em que dia Jesus nasceu. Acontece que, no Império Romano, celebrava-se a festa do sol nascente no dia vinte e cinco de dezembro. Com a chegada dos costumes cristãos nas terras do Império – especialmente depois da conversão de Constantino –, houve uma cristianização dos costumes. A festa do Natal substituiu a festa do sol nascente, porque, para os cristãos, o sol nascente é Cristo – a grande luz que veio para iluminar o mundo.