264. Sopra Ruah


Sopra, Ruah,
Mas não suavemente.
Precisamos da sua impetuosidade,
Do sopro que alastra o fogo
Para que leiam os sinais de fumaça.
“Cada um os ouvia falar em sua própria língua”
– Nos prometeram –
Mas, isso já não é verdade.
Nossas línguas ainda continuam confundidas,
Não há compreensão entre nós.
Resgatamos os sons da terra
Do povo que conhecia o valor da vida.
O perigo se anunciava por fogo e fumaça,
Muito se dizia sem as palavras
E muito ainda se diz…
“Eu não consigo respirar”
“Eu não consigo respirar”
Um clamor pela vida quando a palavra não basta.
A fumaça parece muita para quem fala.
A fumaça parece pouca para quem é calado.
Eles fazem sinais de fumaça
E nós lemos revolta e rebelião.
Santa Ruah,
Pinta nossa cara branca, mas não com a cor da raça negra,
Porque não daríamos conta.
Pinta com o rubor da vergonha,
Porque apagamos o fogo com a água do apaziguamento.
No nosso analfabetismo,
Não lemos os sinais,
Não lemos a cor,
Não lemos a dor.
Lemos números.
Somos doutores em estatísticas:
Menos um, menos mil…
Menos água, Santa Ruah!
Deixa o fogo queimar.
Sopra com a impetuosidade das línguas que gritam,
Das línguas que clamam por ar.
Reaviva o Pentecostes da luta
Com o fogo que consome as estruturas,
Estruturas com as quais já não podemos mais lidar.
487. Palavra provocadora31.10.2025 | 1 minutos de leitura
486. Saudação mariana24.10.2025 | 1 minutos de leitura
485. Confiança em Deus Pai17.10.2025 | 1 minutos de leitura
484. Nova criatura10.10.2025 | 1 minutos de leitura
483. A ladainha da vida03.10.2025 | 1 minutos de leitura
482. Peregrino da esperança26.09.2025 | 1 minutos de leitura
481. Pedindo a esperança19.09.2025 | 1 minutos de leitura
480. Esperança e paciência12.09.2025 | 1 minutos de leitura
479. Uma casa para o Senhor05.09.2025 | 1 minutos de leitura
478. Nossos pais nos ensinaram29.08.2025 | 1 minutos de leitura

