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5. Visitando as famílias

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13.01.2016 | 5 minutos de leitura
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5. Visitando as famílias

Apesar de os Evangelhos trazerem claramente a instrução aos apóstolos acerca da necessidade de ir de casa em casa evangelizando, essa não é uma prática católica usual. Então, quando falamos em visitar as famílias, muita gente de boa vontade se dispõe a fazê-lo, mas não sabe como fazê-lo. Vamos dar umas dicas que podem ser importantes nesse caso.


Tendo recebido a incumbência de visitar as famílias, os missionários visitadores, portando as fichas de inscrição, devem chegar às casas ou apartamentos e se anunciar como enviados da paróquia. Como já dissemos, ninguém vai fazer uma visitinha de cortesia nem de curiosidade querendo se intrometer na intimidade das famílias. Vai-se em nome da paróquia com a missão específica de convidar para a catequese. Quando os visitadores baterem à porta e perguntarem lá de dentro: “Quem é?”, esses devem dizer seus nomes e a função de seu trabalho. Por exemplo: “Somos Paulo e Mariana, visitadores católicos da Paróquia Nossa Senhora da Conceição. Viemos visitá-los conforme foi anunciado nas celebrações. É visita rápida e não queremos incomodar. A senhora pode nos atender, por favor? Se não quiser nos mandar entrar não há problemas, conversaremos aqui mesmo do portão”. Se a pessoa duvidar, diga que ela pode conferir o crachá ou ligar no número da secretaria paroquial confirmando a presença dos visitadores naquele bairro.


Se a pessoa atender, é bom ir logo ao assunto. Seria bom, apresentar-se novamente, agora com um aperto de mão e perguntando o nome de quem os atende. Em seguida, digam o que fazem ali: “Estamos iniciando um novo projeto de catequese na paróquia, que se chama Catequese Permanente. É uma catequese que tem como objetivo não só fazer primeira comunhão ou crismar, mas acompanhar as pessoas na caminhada de fé. A vida hoje está muito exigente, com muitos desafios e precisamos de força para enfrentá-la. A catequese vai acompanhar crianças, adolescentes e jovens em pequenos grupos, ajudando as famílias a darem uma boa formação para seus filhos. O objetivo da catequese é dar força para viver; a fé pode ajudar muito nisso”.


Tendo explicado brevemente, os missionários perguntam se há crianças com mais de cinco anos na casa, assim como adolescentes e jovens, pelo menos até quinze anos. Eles devem explicar que a inscrição na catequese não obriga a criança ou jovem a nada. A paróquia vai catalogar essas inscrições e convidar para participar. Quem quiser, vai; quem não quiser, não vai. Além disso, os visitadores devem dizer que ainda não sabem nem o dia nem a hora da catequese. Tendo sido inscrita, a pessoa vai ser visitada pelo catequista que vai comunicar o dia dos encontros semanais. Preenche-se a ficha com todo cuidado, letra legível, agradece, deseja tudo de bom para a família e vai-se embora. Simples assim. É hora de bater em outra porta.


Nesse peregrinar de porta em porta, algumas recomendações são importantes. A primeira delas é ser discreto. Todo cuidado é pouco para não se intrometer na vida familiar, para não ser invasivo, espaçoso demais como se fosse íntimo da família. A visita deve ser leve, singela, mas afável. Nesse cuidado para ser discreto, toda pergunta inconveniente deve ser evitada. Os missionários vão observar que a ficha de inscrição não pede nome de pai e mãe, mas dos responsáveis pela criança. Já não vivemos mais naqueles tempos em que havia só um tipo de família: papai, mamãe e os filhinhos. Hoje os modelos de família são múltiplos e a todos eles a Igreja deve acolher, independente da convicção dos missionários sobre esse tema. Nada de ficar interrogando o que não é da nossa conta: a intimidade alheia. Cada um cuide da sua e oriente sua vida conforme pode e conforme sua consciência lhe adverte. A missão dos visitadores é acolher a família que o acolhe e inscrever para a catequese e não dar lição de moral. Todas as famílias, mesmo as que nos parecem em situação “irregular’, como por exemplo casais de segunda união, casais homoafetivos, casais que não se casaram na igreja etc., todos devem ser ter o direito de colocar suas crianças e jovens na catequese.


Outra advertência necessária é acerca da gratuidade da inscrição na catequese. Seria vergonhoso demais ir às casas convidar para participar da catequese e depois pedir contribuição para manter a catequese. A evangelização é gratuita. Nenhuma taxa deve ser cobrada, nenhuma contribuição deve ser pedida. A paróquia é a grande evangelizadora; ela por meio de sua vida financeira vai prover recursos para a catequese acontecer.


Uma última observação. E o que fazer com as famílias de outra religião? Bom, se ao se anunciarem, os missionários são acolhidos por famílias que congregam em outras instituições, os visitadores devem entrar e fazer o mesmo que fariam numa casa de católicos. Podem – e devem – inclusive cadastrar as crianças e jovens para a catequese. Diga que a catequese é ecumênica, pois para ser “católica”, ou melhor, universal, deve ser aberta a todos. Se as crianças e jovens quiserem participar para ver se gostam, nada impede. Será uma alegria essa comunhão e um grande testemunho cristão!


Terminada a visita será hora de compilar os dados e formar as turmas. Sobre isso, falaremos no próximo artigo.







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