264. Sopra Ruah
Sopra, Ruah,
Mas não suavemente.
Precisamos da sua impetuosidade,
Do sopro que alastra o fogo
Para que leiam os sinais de fumaça.
“Cada um os ouvia falar em sua própria língua”
– Nos prometeram –
Mas, isso já não é verdade.
Nossas línguas ainda continuam confundidas,
Não há compreensão entre nós.
Resgatamos os sons da terra
Do povo que conhecia o valor da vida.
O perigo se anunciava por fogo e fumaça,
Muito se dizia sem as palavras
E muito ainda se diz…
“Eu não consigo respirar”
“Eu não consigo respirar”
Um clamor pela vida quando a palavra não basta.
A fumaça parece muita para quem fala.
A fumaça parece pouca para quem é calado.
Eles fazem sinais de fumaça
E nós lemos revolta e rebelião.
Santa Ruah,
Pinta nossa cara branca, mas não com a cor da raça negra,
Porque não daríamos conta.
Pinta com o rubor da vergonha,
Porque apagamos o fogo com a água do apaziguamento.
No nosso analfabetismo,
Não lemos os sinais,
Não lemos a cor,
Não lemos a dor.
Lemos números.
Somos doutores em estatísticas:
Menos um, menos mil…
Menos água, Santa Ruah!
Deixa o fogo queimar.
Sopra com a impetuosidade das línguas que gritam,
Das línguas que clamam por ar.
Reaviva o Pentecostes da luta
Com o fogo que consome as estruturas,
Estruturas com as quais já não podemos mais lidar.
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