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117. À vida

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17.05.2019 | 1 minutos de leitura
Pe. Eduardo César Rodrigues Calil
Poesia
117. À vida

Se me quebrares em mil pedaços,


Far-me-ei mosaico de mil cores.


Se me sangrares com tuas adagas,


Oferecer-me-ei como vinho transbordante.


E se me sovares como à massa,


Far-me-ei o pão das manhãs famintas.


Se choveres a noite toda, mostrando-me tuas tempestades,


Serei o orvalho nas folhas que resistiram.


Se me enganares com promessas de futuro,


Desembrulharei o presente como a criança festiva.


Se desorganizares minhas prateleiras, 

lançando no vão os anos de sistemática,


Meu cálculo serão as horas de riso.


Se disseres que todas as esperanças se perderam na desilusão e, 

assim, lançares minha alma no desamparo,


Aprenderei a habitar o vazio e vou decorá-lo com flores...


Se a dúvida sobrevier, nossos corpos nus se deitarão...


Se quiseres me apresentar teu nada, 

nós nos amaremos como jovens num fim de tarde...


Se me humilhares fazendo-me pó,


Renascerei flamejante no amor.